Zagallo está afastado do futebol desde julho de 2006, quando foi demitido pela CBF do cargo de diretor técnico da seleção brasileira.
De lá para cá, vem batalhando para recuperar a condição física e voltar ao futebol. Neste domingo, em entrevista concedida ao jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, o Velho Lobo garante ter superado mais essa adversidade e diz, entre outras coisas, estar novamente preparado para assumir o comando de um time.
- Não falo nada do que pode acontecer. Se falo, podem dizer que eu não quero mais nada com o futebol. Podem me procurar, e aí eu digo sim ou não. Graças a Deus estou com saúde. Me recuperei bem - afirma.
O amor pelo futebol é forte e parece não ter fim. Mas não é cego. Zagallo tem se decepcionado com a qualidade dos jogos e, principalmente, com o interesse dos jogadores. Segundo ele, o ritmo é lento demais para os seus olhos.
Na quarta-feira passada, o Velho Lobo se irritou com o festivo amistoso dos Amigos de Messi contra os Amigos de Ronaldinho. Havia se preparado para acompanhar um espetáculo pela TV, mas acabou indo dormir no intervalo, se perguntando onde estaria a arte no futebol. Sobrou até para o Gaúcho.
- Achei o Ronaldinho meio desligado nesse jogo. Eu vi o primeiro tempo, depois desisti. Mesmo em um jogo de festa, o futebol tem que ser jogado. O futebol que vi era lento, preguiçoso. Desliguei a TV - desabafa, preocupado com o futuro do craque do Barcelona.
- É complicado para um jogador manter o apogeu durante muito tempo. Pode vir uma desmotivação. Aí tem que se fazer algo. Alguém tem que dar o alerta, não só o técnico, mas alguém bem próximo dele, o irmão (Assis).
E o técnico também deve ser um observador de comportamentos. Quando sente que um jogador está distante, desligado, tem que chamar no quarto e conversar, do jeito que eu fazia - diz.
