Pequim - O time de Bernardinho não demorou para juntar os cacos após a primeira parcial e, com autoridade, despachou a Itália com um 3 a 1 (19/25, 25/18, 25/21 e 25/22). A vitória coloca a seleção na final olímpica pela segunda vez seguida e prepara o terreno para a revanche contra os Estados Unidos, que tiraram o Brasil da decisão na Liga Mundial no Rio de Janeiro.
A seleção brasileira entrou em quadra tendo o oposto Anderson, de agasalho, apenas como torcedor - ele se recupera de uma torção no tornozelo esquerdo. A Itália não contou com o líbero Corsano, que sofre com problemas físicos, e Fei teve de jogar no sacrifício, com uma torção no pé direito.
O Brasil saiu na frente com um ataque de Gustavo. E foi só no primeiro set. Depois disso, só deu Itália. Com uma série de saques forçados de Cisolla, a equipe européia abriu 6 a 2. Bernardinho parou o jogo, mas não adiantou nada. O capitão Giba não conseguia superar o bloqueio.
André Nascimento também foi parado na muralha italiana. Dante, o único que virava bolas, pisou na linha ao atacar do fundo. O cenário só piorava, e a Itália chegou a abrir 9 a 2. Giba só chegou ao primeiro ponto quando o Brasil já perdia por 14 a 10. Com 18 a 13, Bernardinho lançou Bruninho e Samuel.
A novidade mexeu com os italianos, mas não a ponto de tirar deles a liderança. Os europeus mantiveram a vantagem confortável e, após um desperdício de saque de André Heller, fecharam a parcial em 25 a 19. A derrota no primeiro set deixou o Brasil irritado. Giba, que só tinha virado quatro bolas, finalmente encontrou seu jogo. - Quero bola alta, quero bola alta! - gritava para o levantador Marcelinho.
A seleção foi abrindo vantagem, mas, enquanto o capitão começava a acertar, Dante, o único que escapava do bloqueio italiano, passou a vacilar nos passes e foi substituído por Murilo. A alteração melhorou o sistema de jogo brasileiro, que ficou mais equilibrado na recepção. Os italianos não conseguiram repetir a eficiência no bloqueio.
Gustavo, por sua vez, caprichou na parede, e o Brasil passou da casa dos 20. Pelas mãos de Bruninho, num ace, a seleção fechou o set em 25 a 18 e empatou a partida. O terceiro set foi bastante equilibrado. Desde o início, as seleções se revezaram no placar. Murilo, que atua no Modena e conhece muito bem o vôlei italiano, era uma boa opção para Marcelinho. Quando solicitado, pontuava sem dificuldade.
Àquela altura, Giba já não tinha dificuldades para virar. Com as bolas altas pedidas por ele, explorava o bloqueio italiano. Gavotto continuou dando trabalho ao Brasil. Porém, mas concentrado, não deixava a vantagem de dois pontos cair. Abusando de seu repertório, o capitão brasileiro usou paralela, diagonal, largada... até que a diferença aumentou: 13 a 10, sob aplausos de Bernardinho. O 16º ponto, que levou à segunda parada obrigatória, foi muito comemorado. Serginho defendeu, Marcelinho levantou e Giba cresceu da linha de 3m.
Embalado pelo salto, pulou para os braços do treinador e do companheiro Samuel. No retorno à quadra, Cisolla e Mastrangelo subiram no bloqueio e caíram de mau jeito. Os dois saíram carregados e foram substituídos por Birarelli e Fei. Este último foi para o sacrifício, já que ainda não está totalmente recuperado de uma torção no tornozelo direito. O oposto italiano chegou a fazer um ponto na paralela, tirando a bola do bloqueio e de Serginho. Mas não foi o bastante para vencer o Brasil, fechou em 25 a 21.
O bloqueio brasileiro finalmente apareceu no quarto set. Os dois primeiros pontos da seleção foram das paredes montadas por André Heller e Gustavo. Cisolla voltou no período, e Fei continuou em quadra. O Brasil continuou virando as bolas e, com 6 a 4 no placar, o técnico Andréa Anastasi pediu tempo. Durante a parada, o italiano fez alterações na tentativa de mudar o placar.
Tirou o levantador titular e trocou seus atacantes. Mas as ações de Anastasi de nada adiantaram. Cada vez mais dentro do jogo, Giba seguia forte nos ataques. Gustavo, companheiro de Fei no Treviso, da Itália, marcou pontos importantes em cima do inimigo íntimo. Heller também fez bloqueios fundamentais, o que levou o Brasil a 13 a 9. Um erro de Giba fez o técnico Bernardinho. A caminho do banco, o capitão se desculpava com os demais jogadores.
Zlatanov entrou em quadra, o que melhorou o desempenho da Itália. Mas o bloqueio brasileiro e os ataques de Murilo e Giba continuaram mantendo a vantagem. Com 20 a 18 no placar, Bruninho e Samuel entraram em quadra. Participação rápida, pois um ataque de Fei impediu o objetivo da alteração: parar os italianos no bloqueio. Marcelinho e André Nascimento voltaram. A diferença no placar deu tranqüilidade para o Brasil seguir virando. Anastasi parou o jogo em 22 a 19. De nada adiantou. A seleção não esfriou e, em uma bola de fundo de Murilo, finalizou em 25 a 22.